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"É necessário saber perder tempo para comprometer-se nas lutas dos povos periféricos e das classes oprimidas. É necessário saber perder tempo em ouvir a voz de tal povo: suas propostas, interpelações, instituições, poetas, acontecimentos... É necessário saber perder tempo, no curto tempo da vida, em descartar os temas secundários, os da moda, superficiais, desnecessários, os que nada têm a ver com a libertação dos oprimidos." - Enrique Dussel

domingo, 16 de março de 2014

PAI NOSSO REVOLUCIONÁRIO


Pai Nosso Revolucionário
Pai nosso dos pobres marginalizados,
Pai nosso dos mártires, dos torturados!
Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida,
Teu nome é glorificado quando a justiça é nossa medida.
Teu Reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão.
Maldita toda a violência que devora vida pela repressão.
Queremos fazer tua vontade. És o verdadeiro Deus Libertador.
Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor.
Pedimo-te o Pão da Vida, o Pão da segurança, o Pão das multidões.
O Pão que traz humanidade, que constrói homens em vez de canhões.
Perdoa-nos quando, por medo, ficamos calados diante da morte!
Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é a lei mais forte.
Protege-nos da crueldade, dos latifundiários, dos prevalecidos.
Pai nosso Revolucionário, camarada dos pobres, Deus dos oprimidos.

(ignoro o autor)

sexta-feira, 14 de março de 2014

TABULA RASA

Por Almir Fabiano Nicolau de Moraes


Uma página em branco nunca é uma página em branco,
é um Universo em potência...
Uma supernova explode cada vez que toco a caneta no papel,
e da violência de minhas letras na nudez de uma folha virgem
surge a existência de um ser que se põe...

Não escrevo segredos, sigilos ou confidências,
(des)faço emergir beleza do Caos que me constitui.
Rompo na concretude da escrita a abstração
de minhas leituras passivas, massivas, nocivas...
como a estrela rompe a escuridão a partir da luz de seu "caos ordenado".

Uma página em branco é apenas uma página em branco,
que transpira sensualidade, instigando-nos a penetrá-la com a virilidade de nossas letras fálicas.
Palavras onívoras colhidas de uma selva hostil dos sentidos,
mesmo não conhecendo nossos desejos, temores e prazeres...
Seduz-nos, insinuando-se a nós sem pudor algum!