Por Almir Fabiano Nicolau de Moraes
Amo-te no silêncio.
Amo-te nos ecos que a música de teu corpo repercute em minh’alma
desnuda
Amo-te no silêncio, porque tua beleza ensurdece os barulhos
de meu coração agitado
Amo-te nos ocos ecos de meus (tra)avessos (re)versos
retinentes, reticentes...
Quando meus olhos choravam a dor,
não puderam perceber que eras a razão
Do levantar das minhas mãos
a enxugá-los... e assim, desesperados, retornarem a vê-la,
colírio e bálsamo!
Amiga! Roubaste-me o coração num duro golpe de “ser quem és”
Perdido estava de mim, procurando-me em outra, sem perceber
que encontrava-me em ti
És a confluência de mim, onde minha Piracema segue rompendo
para desaguar em teus olhos... e descansar em teus lábios!
Amo-te, não na ausência dos motivos, mas na desnecessidade
dos porquês!
Linda, simplesmente aconteceste-me...
E não sei se quero me achar em ti, ou perder-me simplesmente
nos labirintos que provocas em mim.
Entrementes, que os fios de Ariadne levem-me direto ao teu
coração, onde posso me aconchegar sendo quem sou...
Amo-te, e não posso negar!
Amo-te, e não quero escusar!
Amo-te na beleza do ouvir, não na sutileza do falar
Amo-te no silêncio (e sabes!), como no silêncio desabrocha a
flor
Porque a flor não demanda pretextos, simplesmente “acontece”...
e desabrochas no jardim do meu amar.