"Amar" é caminho, "cuidar" é caminhar no amor, compassadamente, continuamente, respirando Esperança e inspirando Deus em fôlego que sustenta o pulsar de um coração pelo Outro... Empoeirando os pés cansados, limpando-os com as próprias lágrimas que caem de seus olhos obnubilados que distorcem a visão, e logo não se tem mais certeza do caminho, nem do caminhar, nem da esperança, nem de Deus e, consequentemente, do outro; perde-te em ti mesmo e, prostrado, a poeria erguida de outros pés apressados culminam na cegueira, ardor resultante do esforço próprio em enxergar o caminho faz-te acostumar com as trevas... logo a escuridão é teu conforto, e a luz da vida é teu incômodo!
Pobre caminhante, cego de si mesmo, do outro e de Deus, vítima atropelada por "amantes" do caminho que, no esforço de manterem-se no caminho, perderam-se no caminhar, no cuidar, cuja pressa resulta em poeira ofuscante de outros caminhantes cansados... Pobre caminhante, que é o "caminho" sem o "caminhar"? E que é o "caminhar" sem o "caminhante"? Caminhantes do Amor, saibam que o caminho que trilham é caminho de dor e lágrimas, e o sorriso não virá das pegadas deixadas em terra molhada pelas lágrimas, mas sim da quietude de quem não tem pressa, se demora no caminhar, compassadamente e continuamente, respirando e inspirando, mantendo o pulsar do coração pelo outro; no mo(vi)mento do amar, do amar que se demora, há lágrimas suficientes para limpar os olhos doridos e ofuscados de poeiras levantadas por peregrinos que nem sabem onde tal caminho os levará!