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sábado, 30 de março de 2013

CiberCu(ltu)r@: Para além de uma hermenêutica “ciber’apocalíptica” ou “ciber’soteriológica” da cultura das mídias.

POR Almir Fabiano Nicolau de Moraes


INTRODUÇÃO

            Este trabalho tem por objetivo realizar uma abordagem que podemos considerar como “panorâmica” sobre algumas questões pertinentes à cibercultura, que nos propiciará um exercício de reflexão filosófica sobre o universo das relações interpessoais no ambiente virtual, dos sites de relacionamento, das redes sociais e dos simuladores de vida, dentre outros fenômenos emergentes no bojo do que se convencionou denominar (com fins latentemente mercadológicos) “internet 2.0”.
            Pretendemos, embasados em três autores distintos, realizar um percurso preliminar que vai do conceito de cibernética (Helmar G. Frank), passando por uma análise crítica da cultura digital (Lúcia Santaella), que por sua vez culminará em uma série de considerações e inferências sobre temas e conceitos pertinentes à cibercultura (Pierre Levy), dentre os quais estão o conceito de “ciberespaço”, a definição do conceito de “virtualidade” e a adequação ou não do termo “multimídia” para referir-se a uma rede digital integrada.
           

I – O CONCEITO DE CIBERNÉTICA

Segundo o dicionário Aurélio, cibernética é a ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle nos organismos vivos e também nas máquinas.
Helmar G. Frank em seu livro “Cibernética e Filosofia” considera o conceito de cibernética amplo, pois distingue-se entre as concepções de especialistas, heuristas e ideólogos (FRANK, 1970. pp. 20). Cabe-nos, por ora, transcrever aqui algumas citações de diferentes autores, que Frank menciona em seu livro:
Citando Schmidt,
“A cibernética é a construção de sistemas técnicos tendo como alvo objetivar no mundo físico nossa relação básica psico-física para com a natureza” (Apud: FRANK: 1970. pp. 22).

            Para Norbert Wiener,
“todo o reino da teoria do comando e da transmissão de informações, quer seja em máquinas ou em seres vivos, pode ser denominada de cibernetics, termo formado da palavra grega kybernytys, timoneiro” (Ibdem).

            O problema na definição de Wiener se dá no fato de não estar claramente estabelecido o que pode ser constituinte da cibernética, se apenas os teoremas referentes à “forma de aparência orgânica”, ou somente os teoremas referentes à “técnica de máquinas de controle e processamento de dados”, ou somente o que for referente a ambos os campos. Sendo assim, Wiener explicou posteriormente que a cibernética como ele a entende
“não se ocupa nem primordialmente de organismos nem primordialmente de produtos técnicos, e sim daquilo que é comum a ambos. Isso corresponde à sua declaração [...] de que a problemática chamada [...] de ‘cibernética’ seria ‘centralizada não na eletrotécnica, mas no conceito muito mais fundamental da informação, quer ela fosse transmitida por meios elétricos, mecânicos ou nervosos’ “ (Ibdem, pp.21).

Se, por um lado, o conceito de cibernética (conforme dito anteriormente) pode ser considerado um conceito amplo, o autor propõe que se compartilhe da dedução de Bolzano (1849), que se utiliza do emprego lingüístico usual para se delimitar com maior clareza um conceito (Apud: FRANK: 1970 p. 23).
Assim, Frank cita Ducrocq (1959), que busca a origem da palavra “cibernética” o mais tardar no século VI antes de nossa era:
“[...] desde o século sexto antes do nascimento de Cristo ele (Teseu) foi venerado num culto particular. Todo ano festejava-se a lembrança da viagem de Teseu a Creta com bastante festas que se estendiam do sexto ao décimo-segundo pianepsião (outubro). Encontraram seu apogeu nos ‘cibernésios’, festas que glorificavam a arte da pilotagem e que eram comemoradas na noite do sexto dia; segundo a lenda, essas festas foram instituídas pelo próprio Teseu em homenagem aos dois pilotos do mar, Nausithoos e Faiax, que o conduziram a Creta e aos quais ele teria até erigido um santuário” (Ibdem).

Ducrocq defende que a palavra grega kybernítis foi de antemão empregada mais ou menos no sentido de “timoneiro”, mas que após um tempo, a palavra correspondeu a uma “divisão de trabalho mais minuciosa [que] pôde ser comprovada numa nova acepção, mais ou menos no sentido de ‘piloto do mar’ “ (Op. Cit. pp. 23).

“Em tempos mais antigos, o próprio piloto certamente manejava o leme, mas rapidamente surgiu a diferenciação de tarefas: no século II de nossa era foi usada por Plutarco a expressão ‘kybernetes’ para o condutor dos timoneiros; aqui portanto o piloto aparece como intermediário entre capitão e timoneiro” (DUCROCQ: 1959, p.5 Apud: FRANK, 1970 p.24).

Frank prossegue mencionando Guilbaud (1954), que salienta que a palavra “kybernytys” é um “mecanismo de retroação” de “governador”, palavra que etimologicamente provém do francês “gouverneur”, que por sua vez reporta-se ao latim “gubernator”, segundo ele um elenismo, cuja origem é então “kybernytys”. (FRANK: 1970 p. 24).
Para Heyde (1965) porém, o ponto central da cibernética (que lhe determina o nome e a orientação) é a problemática da objetivação de “um complexo geral de funções, que é ilustrado com o exemplo das funções do timoneiro e do piloto” ( Apud: FRANK: 1970, p. 24-25). Esta “problemática da objetivação” pode ser entendida no sentido estrito que atribuiu Schimidt, como “realização de uma função por uma máquina (objetivação técnica da máquina)”, ou num sentido mais geral como “realização dessa função pelos respectivos servoanimais (objetivação biotécnica), ou ainda pelo “trabalho conjunto organizado de homens especializados (objetivação sóciotécnica)”. Em ambos os casos, a tarefa “técnica” exigida é a de produzir, para uma função definida abstratamente, um sistema que a realizasse. No caso da cibernética, além dos três ramos da técnica supracitados, abrange também as disciplinas científicas correspondentes. (Ibdem).

Helmar Frank estabelece uma análise do trabalho de um homem que viaja só, num barco a remos para demonstrar a classe de funções que importa à cibernética:
1.      Estabelece um alvo para si mesmo. Com isso preenche a (generalizada) função de capitão.
2.      Observa a direção da viagem e seus desvios do rumo ideal e decide as modificações da rota que os corrigirão. Com isso preenche a (generalizada) função de piloto.
3.      Desempenha as modificações de correção decididas. Com isso preenche a (generalizada) função de timoneiro.
4.      Produz o trabalho físico necessário para atingir o alvo. Com isso preenche a (generalizada) função de remador. (Ibdem. p.25).

Na proporção em que o trabalho do remador altera o que o piloto observa, fecha-se no piloto um esquema em círculo passando por timoneiro, remador e ambiente. Até agora pudemos entender com as denominações “capitão”, “piloto”, “timoneiro” e “remador” as definições das funções que cabe à cibernética de um modo generalizado, ao passo que podemos atribuir às disciplinas matemáticas e às ciências naturais uma definição das funções da cibernética como termo geral para “piloto” e “timoneiro”.
A função de timoneiro é uma função de coordenação no sentido mais amplo: ele coordena à ordem do piloto um novo reajuste do timão.
“Tal ordem é, porém, uma mensagem ou mais exatamente, um sinal com função pragmática. Pode-se dizer portanto: a função de timoneiro (função de coordenação) consiste no fato de que, recebida uma mensagem, segue-se uma claramente determinada (re)ação sobre o mundo exterior” (Ibdem, p.26).

Em relação à função do piloto:
            “O piloto não realiza trabalho físico (como o remador), nem se encarrega diretamente da transformação de energia (como o timoneiro). Ele transforma antes a mensagem dada pelo capitão a respeito do alvo estipulado, o chamado valor-desejado, juntamente com as mensagens resultantes da observação do mundo exterior, o chamado valor-real, num programa que tem por sua vez também caráter de sinal.” (Ibdem).

Chegamos, com isto a um conceito de cibernética bastante amplo, que abrange tudo o que é dado como pertencente à cibernética por qualquer das atuais correntes, e depois por outro lado subdividimos a cibernética a partir de dois pontos de vista diferentes em disciplinas isoladas, concretizando-a.

PARTE II – A CULTURA DIGITAL

Lucia Santaella (2004), em seu livro “Culturas e Artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura”, considera o terreno sócio-cultural “fertilizado gradativamente” por processos de produção, distribuição e consumo comunicacionais, processos estes que ela define como “culturas das mídias”. Para compreender estes processos, divide o que ela chama de “eras culturais” em seis tipos de formações: “Cultura oral”, “cultura escrita”, “cultura impressa”, “cultura de massas”, “cultura das mídias”, e a “cultura digital” (SANTAELLA: 2004 p.13).
Sendo assim, Santaella considera que embora os meios de comunicação não passem de meros canais para a transmissão de informações, são capazes de moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, bem como propiciar o surgimento de novos ambientes sócio-culturais, através dos tipos de signos que por eles circulam, os tipos de mensagens que engendram e os tipos de comunicação que possibilitam. As passagens entre as “eras culturais” não se dão apenas de modo sucessivo, mas em um complexo processo de cumulação e incorporação.
A fim de privilegiar apenas os objetivos deste trabalho, veremos algumas principais características presentes na “cultura das mídias” e na “cultura digital”, apresentadas por Santaella.
Lúcia Santaella considera a “cultura das mídias” uma cultura do “disponível e do transitório” (Ibdem, p. 15), emergente a partir da década de 80. Propiciam a escolha e consumo individualizados, em oposição ao consumo massivo, nos arrancando da inércia da recepção de mensagens impostas de fora e nos treinando para a busca da informação e do entretenimento que desejamos encontrar.
Já a “cultura digital” é considerada por Santaella como a “cultura do acesso”, pois a informação, diferentemente dos bens duráveis, não está necessariamente relacionada à “posse”, e sim na “replicabilidade”, ou seja, quando eu dou uma informação a alguém, esta pessoa possuirá a informação, porém eu não deixarei de tê-la também, diferentemente de quando eu forneço um serviço ou bem durável. Dessa forma, não se trata de questão de posse da informação, e sim de acesso.
Em termos conclusivos, Santaella diz sobre a cultura das mídias e a cultura digital:
“Enfim, cultura de massas, cultura de mídias e cultura digital, embora convivam hoje em um intenso caldeirão de misturas, apresentam cada uma delas caracteres que lhes são próprios e que precisam ser distinguidos, sob pena de nos perdermos em um labirinto de confusões. Uma diferença gritante entre a cultura das mídias e a cultura digital, por exemplo, está no fato muito evidente de que, nesta última, está ocorrendo a convergência das mídias, um fenômeno muito distinto da convivência das mídias típica da cultura das mídias. É a convergência das mídias, na coexistência com a cultura de massas e a cultura das mídias, estas últimas ainda em plena atividade, que tem sido responsável pelo nível de exacerbação que a produção e a circulação da informação atingiu nos nossas dias e que é uma das marcas registradas da cultura digital.” ( SANTAELLA: 2004, p.17).

A autora, citando Lunenfeld, diz que o computador “colonizou” a produção cultural, e citando ainda Rosnay, salienta que o que revolucionou a utilização do computador – de mera máquina de calcular que foi forçada a virar máquina de escrever em poucas décadas a uma máquina que cria, distribui e recebe uma vasta variedade de outras mídias – foi a informação distribuída em rede e o hipertexto (Ibdem, p. 20).
O impacto do computador sobre a cultura e a economia, diz Santaella embasando-se nas pesquisas de Heim, tem dividido os críticos em três tipos de reação:

 - OS REALISTAS INGÊNUOS: Para eles, os sistemas não pertencem à realidade, mas são uma supressão da realidade;
- OS IDEALISTAS INGÊNUOS: Embora falem a partir de vários medos ou preocupações, consideram o mundo das redes o melhor dos mundos e apontam para os ganhos evolutivos da espécie.
- OS CÉTICOS: Insistem em que o ciberespaço está atravessando um processo de nascimento muito confuso. Trata-se de um ceticismo que resulta em uma atitude de “deixar acontecer para ver como é que fica”. (Op. Cit. p. 22-24).

Concluímos este tópico mencionando a citação que Santaella faz da proposta de Heim, em estabelecer uma posição de dialética de um realismo virtual como posição mediadora entre o realismo ingênuo e o idealismo das redes, para podermos enfrentar os desafios do presente (Ibdem).


PARTE III – O CONCEITO DE CIBERESPAÇO, VIRTUALIDADE E MULTIMÍDIA.

Neste tópico, abordaremos de forma sucinta as considerações e definições que Pierre Lévy (2001) traz em seu livro “Cibercultura”, que consideramos importantes de serem mencionadas neste trabalho.

1.      O QUE É O CIBERESPAÇO:

Segundo Pierre Levy, a palavra “ciberespaço foi inventada em 1984 por William Gibson em seu romance de ficção científica “Neuromante”. Segundo o autor, o ciberespaço de Gibson torna sensível a geografia móvel da informação, normalmente invisível. (LEVY: 2001 p.92).
            Citamos a definição de Levy sobre o ciberespaço:
            “Eu defino o ciberespaço como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Essa definição inclui o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos (aí incluídos os conjuntos de redes hertzianas e telefônicas clássicas), na medida em que transmitem informações provenientes de fontes digitais ou destinadas à digitalização” (Ibdem).

2.      O QUE É VIRTUAL:

Na acepção filosófica, é virtual aquilo que existe apenas em potência e não em ato, o campo de forças e de problemas que tende a resolver-se em uma atualização. O virtual encontra-se antes da concretização efetiva ou formal (a árvore está virtualmente presente no grão). Assim, no sentido filosófico o virtual é uma dimensão muito importante da realidade.
Pierre Lévy cita uma lista com diferentes sentidos do termo “virtual”:

- Virtual no sentido comum: Falso, ilusório, irreal, imaginário, possível.
- Virtual no sentido filosófico: Existe em potência, e não em ato, existe sem estar presente.
-Mundo virtual no sentido da possibilidade de cálculo computacional: Universo de possíveis calculáveis a partir de um modelo digital e de entradas fornecidas por um usuário.
- Mundo virtual no sentido do dispositivo informacional: A mensagem é um espaço de interação por proximidade dentro do qual o explorador pode controlar diretamente um representante de si mesmo.
- Mundo virtual no sentido tecnológico estrito: Ilusão de interação sensório-motora com um modelo computacional. (Ibdem, p.74).

A cibercultura encontra-se ligada ao virtual de duas formas: Direta e indireta.
DIRETA: Inacessível ao ser humano imediatamente;
INDIRETA: Está alocado em um espaço físico (i.e. Hardware).

            “O virtual não substitui o real, ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo” – Pierre Lévy.

3.      MULTIMÍDIA” OU “UNIMÍDIA”?

Para Lévy, o termo multimídia significa, em princípio, aquilo que emprega diversos suportes ou diversos veículos de comunicação, sendo corretamente empregado quando, por exemplo, o lançamento de um filme dá lugar, simultaneamente, ao lançamento de um vídeo game, exibição de uma série de televisão, camisetas, brinquedos, etc. . Neste caso, estamos de fato frente a uma “estratégia” “multimídia”. Mas se desejamos designar de maneira clara a confluência de mídias separadas em direção à mesma rede digital integrada, deveríamos – segundo Lévy- usar de preferência a palavra “unimídia”. O termo multimídia pode induzir ao erro, já que parece indicar uma variedade de suportes ou canais, ao passo que a tendência de fundo vai, ao contrário, rumo à interconexão e à integração. (Ibdem, p.63-35).

PARTE IV - CONCLUSÃO

A cibercultura propicia-nos uma concepção paradoxal dos relacionamentos sociais. Ao mesmo tempo em que diminui os espaços entre pessoas, estabelece outros, ao mesmo tempo em que estabelece o acesso ao diferente, o próprio “acesso” a este diferente é único e particular em seus muitos meios. Na medida em que o acesso “virtualmente mediatizado” coloca-nos em contato com um Universo inteiro em apenas um clique no mouse (sim, posso ter acesso ao Universo com o “Google Earth”), nesta cultura onde o espaço físico não se impõe mais como limite, cada vez mais aumenta o universo subjetivo e abstrato nos indivíduos que, com o apelo massivo do consumismo capitalista tornam-se depressivos e neuróticos com mais freqüência.
Será esse um preço a pagar pelo desenvolvimento tecnológico? A aproximação física em detrimento da proximidade humana? Ou a potencial incerteza desdobrada em perguntas cada vez mais difíceis de se responder, na medida em que respostas vão surgindo com a tecnologia? Como pudemos ver nas análises de Santaella, há quem aposte no “Armagedon”, e quem aposte da “Nova ‘ciber’-Canaã”. Há também quem não aposte.
Certamente, o filósofo não pode deixar as questões de seu tempo “ao ver no que vai dar para ver como é que fica”, e, podemos adiantar que assumir uma posição apocalíptica ou soteriológica da cibercultura, pode culminar no que Heim classificou como posição “ingênua”, ou no que podemos inferir como saudosismo proselitista.
Seria de fato ingênuo de nossa parte apostar em uma “ciber-cura”, posição esta onde transferimos toda nossa necessidade de “ordem”, “coerência” e “significado” em uma tecnologia emergente, como se olhássemos para a cibercultura enquanto um Tótem, à espera de que os avanços tecnológicos nos digam quem somos, e determinem o que devemos ser. Já aprendemos, no desenrolar da História, a não apostar todas as fichas em um único jogo.
Porém, ficarmos na defensiva do que o novo pode nos proporcionar é de longe a pior posição a se assumir. Com a transcendência cibernética do espaço propiciado pela cibercultura, o acesso à informação proporciona um verdadeiro Boom do saber, onde as concepções se tornam naquilo que Zigmunt Bawman pertinentemente denominou de “líquida”. Frente a essa liquidez, somos tomados por uma sensação de aceleração dos tempos, parece-nos que o tempo “passa cada vez mais rápido”, o que inevitavelmente nos impele a um saudosismo, concebendo sempre a “nossa época a melhor”, “o nosso jeito de fazer as coisas o melhor”, e consequentemente o “jeito certo”.
Assim, resta-nos subsumir esta (ciber)realidade que se nos apresenta, com otimismo “exorcista”, que nos liberta de certos fantasmas, porém, sem nos deixar de manter reservas ... Será o paradoxo inerente à cultura das mídias um preço a se pagar pelo avanço tecnológico? Será uma libertação de nossa condição humana ou afirmação? Como cita Pierre Lévy, apenas “atualização do que somos em potência”. Do ato à potencia – permitamo-nos prosseguir (com) nossa (ciber)humanidade ...


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Miniaurélio o dicionário da língua portuguesa. Ed. Positivo, novembro de 2008.
FRANK, Helmar G. Cibernética e Filosofia. Ed. Tempo brasileiro. Rio de janeiro: 1970.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Ed. 34. São Paulo: 2001. 1ª reimpressão.
SANTAELLA, Lucia. Culturas e artes do pós-humano. Da cultura das mídias à cibercultura. Ed. Paulus. São Paulo: 2003. 2ª edição, 2004.

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